terça-feira, 19 de outubro de 2010

simple as that

e olhavam (oh se olhavam!) pelas entrelinhas dando azo a uma realidade que não estava ao alcance desta dimensão. ele olhava para ela e, ao mesmo tempo, penetrava no seu corpo como que a fazer uma visita guiada. ia-lhe ao coração, lia-lhe a mente e passava-lhe pela alma. trespassava-a como ninguém.
ela ficava-se. não reagia. sabia que não podia reagir com medo de estragar tudo o que alcançara. ele tinha poderes para isso e muito mais. tinha a capacidade de a colocar numa jaula e mantê-la no seu quarto, encerrada para sempre. presa junto ao pó e às recordações que ficam onde têm de ficar: no passado. (num curto passado)
ela sabia. e desejava todos os dias que não fosse assim. que tudo mudasse de um momento para outro. que a realidade das entrelinhas fosse uma realidade que todos pudessem ler; que todos pudessem ver; e que alguns (senão muitos!) pudessem invejar!

4 comentários:

RT disse...

Gostei ....Quero mais ...Muito mais...

Mistious disse...

Ruizinho,

Temos de esperar que eles se voltem a cruzar :) E pode ser que surja mais qualquer coisa!

Beijinho e obrigada pelo comentário!*
CR

Sotnas disse...

Olá Mistious, como está você, desejo que tudo esteja muito bem!
Muito bom texto, profunda sensibilidade com uma leve pitada de sensualidade, apesar de ela me parecer gostar de ser dominada, não sei talvez tenha sido impressão errada! Parabéns por mais este belo texto, tudo de bom pra você e todos ao redor sempre, grande abraço e até mais!

Mistious disse...

Olá Sotnas,

muito obrigada, uma vez mais, pelo comentário e pela opinião.
Espero que continue a visitar-me a gostar do que por aqui vou partilhando.

CR