sábado, 15 de setembro de 2012

dedicatória.

às pessoas que não são gente.
às pessoas que se preocupam,
têm sentimentos e sentido.
a um rumo que começa
e não é previsível.
a tudo o que é secreto,
surpresa
 e fica entre as pessoas.
que não são gente.
que não são massa.
que somos nós.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

jogos.

- montanha-russa: há jogos de cores e os sons confundem-se. baralham-se as gargalhadas com as dúvidas de quem está confuso. para quem assiste, as gargalhadas têm poder e sobressaem, porém, para quem está por dentro os pontos de interrogação correm nas veias.

- linhas cortadas: alguém arrancou o fio ao telefone que estava pousado na mesa. o longe até se faz perto mas não quando estão mais de duas pessoas em linha.

- velas e escuro: o contraste de quem precisa de o ter para nele se encontrar. ou perder. permanecer num estado de apatia que quase se mistura com a doença de quem, por muito querer, não quer, precisamente, perder.

- perfumes: daqueles que não vêm nos frascos, mas que se entranham nos corpos. e ficam tão agarrados ao fundo de nós que competem com o oxigénio que corre nas veias. e sobem até à cabeça. e descem até aos pés. pelo meio, ajudam o coração a bater com tanta força, mas tanta, que parece que, a certa altura, o vamos perder.

- bifurcação: ponto essencial de quem sabe o que quer. o poder de escolha e o livre arbítrio de mãos dadas com a cumplicidade dos sentimentos. surge algumas vezes na vida e não se duvida quando chega. porque eu sei o que quero. precisamente por saber o que não quero.

sábado, 1 de setembro de 2012

o amor quando é.


o amor quando é, chega e não avisa. a maior parte das vezes, até contraria.

o amor quando é, põe-te os pés no chão e a cabeça na lua. como se fosses uma serpentina capaz de imitar um gigantone e ir até ao infinito e mais além. tocas nas nuvens e não tens de esticar muito os dedos.

o amor quando é, protege-te. tem substância para te guardar como uma caixinha de música guarda uma bailarina e delicadeza para te cantar a música mais suave. e pôr-te a dançar.

o amor quando é, tem várias intensidades. começa de mansinho e pode tornar-se tudo. ou nada. e tem a importância que lhe dás, conforme aquilo que sentes. (e há vários tipos de amor.)
o amor quando é, não avisa. mas tu sabes que é quando é muito mais. quando te respeita.

e nem precisa de avisar quando aparece.