domingo, 25 de novembro de 2012

nem sempre. às vezes.

nem sempre o que é certo é certo. por muito que esteja certo. e que nos digam que é certo.
nem sempre o que está garantido está garantido. por muito que esteja garantido. e que nos digam que está garantido.

às vezes, bem lá no fundo, ela tem medo. de perder tudo. (porque já esteve perto). e é por isso que precisa sempre de ter a certeza, de estar garantida. precisa que ele lhe diga mas precisa bem mais que lhe mostre.

às vezes, está de chuva. e está escuro. e não há melhor altura - garante ela - para voltar ao porto de abrigo. para voltar. a ele.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

5 minutos que páram vidas.



foram dos 5 minutos mais longos da vida dela...
quando temos notícias inesperadas, parece que o tempo pára: demora-se mais nos segundos do que nas horas, as palavras perdem-se e a expressão facial fica estranhamente serena. (como uma bomba-relógio).
de repente, é como se ela saísse deste Mundo e fosse para uma dimensão paralela. e ela jura que consegue ver, perfeitamente, a vida das outras pessoas a acontecer enquanto a dela estagna.
tinham-na ensinado que ninguém pode estar à janela e ver-se passar na rua. mas ela, pelos vistos, pode.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

há dias assim.

quem te me levou?
           roubou-me a alma.
mas de ti não sabe nada. 

domingo, 4 de novembro de 2012

um dia perfeito para ser perfeito.


chegou um bocado mais tarde do trabalho. até podia ter saído a horas mas, na verdade, como ele não estava, não fez questão.
entrou em casa e naquele domingo - mais do que nunca - foi como se tivessem entrado os dois: preparou o lanche e deitou-se no sofá em frente à televisão para ver um filme. foi buscar uma manta, descalçou-se e, com uma chávena de chá na mão, pôs-se ouvir a chuva a cair. pinga atrás de pinga. estar em casa começava a ter outro sabor. pinga atrás de pinga. estava aberta a época da paz, em que não é preciso muito para se ser plena. pinga atrás de pinga. bastava que no armário não faltassem saquinhos de chá e bolachas.
mas faltou-lhe ele. a mão dele na dela; os sustos que ele lhe prega enquanto ela, na cozinha, prepara refeições para os dois; os abraços que ele lhe dá e que ela acha sempre que não vai sobreviver e vai rebentar por se esmagarem tanto; as gargalhadas e as teorias dele; a cara que ele faz de cada vez que lhe está a contar alguma coisa e ela o interrompe, distraída; o tentarem perceber o motivo de gostarem cada vez mais um do outro.
afinal, começara a ter horário para passar tardes com ele, com a chuva e 4 pés a saírem debaixo da manta. mas... para quê?
o dia era perfeito para ser perfeito. mas não foi. porque ele não estava com ela.