segunda-feira, 27 de setembro de 2010

I...I



era tudo o que ela mais desejava. tudo o que ela mais escondia:

esperava que, um dia, ele lhe entrasse pela porta e a levasse a ver os aviões; que passeassem pela praia; que sentissem a areia nos pés; queria os cabelos dela molhados e a colarem na cara dele; queria sentir nos olhos dele a imensidão do mar e a segurança dos tesouros mais profundos dos oceanos; desejava voltar a sentir as tatuagens dele. voltar a aprender a jogar poker com ele. voltar a entrar no trabalho e sentir-se única.

queria saber que ele estava lá: a cada mensagem, a cada telefonema, a cada ataque de estupidez. e saber que ele a perdoaria (porque, afinal, se tinha dado a conhecer como a mais ninguém). ansiava ouvi-lo dizer que a história não se ia repetir; ansiava que falassem do futuro com um presente passado e que fizessem planos.

no fundo, queria sentir-se segura. sentir-se amada. sentir-se em paz. queria que ele soubesse.