Chega devagarinho e levanta o manto. Puxa a cortina e ouve: as risadas, os choros, a correria, a poesia.
Há crianças na sala. Há novos e velhos. Mas há. Nada é triste ou está perdido quando há.
Está tudo tão cheio. Sempre esteve. Com as tuas histórias, as tuas zangas pelo Benfica, os teus olhares cortantes e as tuas gargalhadas de criança.
A cada beijo, o afecto. A cada abraço, o orgulho. E, agora, a cada planta, a cada comboio...pedaços de ti.
Viagens para o nada. O bilhete é grátis e não é precisa marcação. Esquece o cartão jovem, o desconto que me possa dar...Não quero embarcar.
Quero o comboio seguinte. Esse mesmo: o dos sonhos, das tuas histórias de guerra e das gargalhadas.
A saudade de sermos todos.
A saudade de sermos completos.
A saudade de seres tu.
Vô...