sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SIM.



(é fundamental ouvir a música enquanto se lê este post. para o vosso bem.)

pôs o baton. aquele que não sai assim com duas tretas. era a única certeza que tinha. depois de ter demorado (pelo menos) uma hora a escolher a roupa ideal. a partir dali era o que viesse. estava preparada.
tinha a cabeça limpa e a mente tranquila. não sabia o que era, mas sabia que era - que era por ali. que devia entregar-se: sem jogos, sem medos, sem ocultar nada. libertou-se. respirou fundo. olhou pela janela... e o carro já estava lá em baixo à espera. sentia-se estranha e desconfortável quando tinha encontros, porque achava sempre que a outra pessoa partia do pressuposto que ela lhe ia dar algo que...não daria. e, portanto, evitava-os.
correu para a sala e perguntou pela quinquagésima vez se estava tudo bem: se a maquilhagem não estava exagerada, as sandálias, a saia, o top, os brincos, o relógio, o colar... bom, o colar talvez fosse excessivo, era melhor mudar. e o casaco? bolas! aparentemente (e isto era o que ela pensava sempre que havia borboletas na barriga) tinha tantos e parecia que nenhum se adequava! voltou à janela. abriu-a e sentiu o ar quente. podia aproveitar-se disso: ter sorte por estar calor o suficiente para levar o primeiro casaco que lhe desse na bolha e não ter, sequer, de o vestir. sim. confiou.
disseram-lhe para ter calma, que ia tudo correr bem, para ter a certeza. ela arrepiou-se. desceu no elevador a sorrir e mudou ligeiramente a expressão quando chegou à porta do prédio. fez de conta que procurava o carro, pôs a expressão de "ah, estás aí! não tinha visto!" mais compenetrada que conseguiu e entrou. e a partir dali... tudo mudou. e o melhor de tudo foi que ela sentiu!!

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